Simpósio discute experiências brasileiras em Medicina de Família e Comunidade

Publicado em Notícias - 19 de novembro de 2015

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Daniel Knupp Augusto durante palestra. Foto: Carol Morena

As atividades do 1º Simpósio Internacional Formação em Medicina de Família e Comunidade continuaram nesta quinta-feira, 19 de novembro, no auditório do Centro de Tecnologia em Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG (Cetes). O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade (SBMFC), Daniel Knupp Augusto, foi convidado para falar sobre as experiências do Brasil na área de Medicina da Família e Comunidade.

De acordo Daniel, embora as pessoas acreditem que a medicina de família, enquanto especialidade, seja recente no Brasil, isso não é verdade. “A SBMFC foi formada em 1981 e isso aconteceu muito antes de outras sociedades serem formadas, por exemplo, como a de Clínica Médica”, explicou.

Em abril deste ano a SBMFC lançou o “Currículo Baseado em Competências para a Medicina da Família e Comunidade”. Segundo Daniel, o currículo é sintético, mas ao mesmo tempo consegue abranger todas as questões envolvendo a formação do médico de família. “Foi um esforço de mais de um ano de trabalho em parceria com a Universidade de Toronto e eu acredito que alcançamos um produto interessante para as nossas necessidades”, afirmou. O documento está disponível no site da SBMFC.

Sobre a residência em medicina da família e comunidade no Brasil, Daniel destaca que é possível dividir os cursos em duas vertentes. “Algumas instituições têm programas de residências mais voltados à saúde coletiva, já outros programas são ligados à clínica da medicina de família e comunidade. Como publicamos o currículo recentemente, no primeiro semestre desse ano, ele ainda não tem um reflexo nos programas de residência que estão em vigência no Brasil hoje. Porém, a intenção é que tenhamos um consenso em torno da formação dos residentes”, completou.

Foto: Carol Morena

Foto: Carol Morena

Outra iniciativa da SBMFC foi o “Plano Nacional de Formação de Preceptores em Medicina da Família e Comunidade”. O preceptor é responsável por conduzir e supervisionar o desenvolvimento dos médicos residentes nas especialidades de um hospital.  Segundo Daniel, o plano prevê o início da formação de preceptores em conformidade com a residência médica, ou seja, o curso que acontecerá durante a residência. A previsão é que o plano comece com a turma de residentes que ingressarem em março de 2016 e adesão do plano no programa de residência será facultativa. “Desde o final do ano passado estamos desenvolvendo os módulos desse curso, que vai ser à base do programa. O primeiro ano tem um conteúdo mais ligado à docência na residência médica e o segundo ano tem um conteúdo mais voltado para a clínica”, explicou.

Mesa de Debate

Logo após a palestra, teve início a mesa de debate em que foi apresentada uma síntese das experiências relatadas durante os dois dias de simpósio. Além de uma discussão de como essas experiências podem ser aplicadas na Faculdade de Medicina na UFMG, com a sugestão da criação de um Departamento de Medicina de Família e Comunidade na Faculdade. “Esse simpósio tem um significado muito importante e vai ter reflexos na nossa Faculdade. É um privilegio participar de momentos como esse. Existe uma necessidade de mais médicos de medicina da família e comunidade. O processo de criar um novo departamento é complicado, mas acredito que iremos conseguir superar os obstáculos”, afirmou o diretor da Faculdade de Medicina, Tarcizo Nunes.

O debate também contou com a presença da secretária Adjunta Estadual de Saúde e professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade, Alzira de Oliveira Jorge; a representante da Gerência de Assistência a Saúde da Secretária Municipal de Saúde, Taciana Malheiros Lima Carvalho; o representante da Unimed, Cristian Morato de Castilho; o professor do Departamento de Anatomia e Imagem, Ulisses Campanha Parente; e os convidados internacionais, Veronica Casado Vicente e David Price.

 

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