Ações atuais e futuras para a melhoria da Atenção Primária à Saúde em Minas Gerais foi o tema da reunião geral do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon), realizada no dia 25 de setembro.
Um dos pontos abordados foi o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Criado em 2011, o plano analisa a infraestrutura das Unidades Básicas de Saúde (UBS), equipamentos e medicamentos disponíveis e a satisfação do usuário, classificando as Equipes de Saúde da Família (ESF) por uma nota. Aquelas que oferecem serviços melhores à população recebem mais recursos do governo federal.
Na oportunidade, o coordenador do PMAQ, professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG, Antônio Thomaz da Matta Machado, apresentou resultados do projeto. As informações analisadas mostraram, por exemplo, que 37% das equipes não fazem o planejamento do seu trabalho e que 52% não tem classificação de risco de hipertensos. “Ações como essas são importantes para saúde, mas não estão sendo pensadas pelas equipes. Precisamos mudar isso e é a partir dos dados do PMAQ que a universidade pode ajudar a melhorar o atendimento da saúde pública”, afirmou.
Já a superintendente de Atenção Primária à Saúde (APS) da Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, Maria Aparecida Turci, expôs a atual situação do setor no estado. “Minas era conhecida entre os profissionais da saúde como um pólo de Atenção Primária bem estruturada, mas muitas políticas de assistência à APS não haviam sido colocadas em prática”, contou.
Segundo Maria, em Minas Gerais apenas 35% do orçamento do Ministério da Saúde foram dedicados à Atenção Básica em 2014, com 6% destes recursos voltados ao saneamento básico do estado. “Uma das nossas mudanças, programadas para 2016, será a exclusão do saneamento no orçamento da saúde para que a APS ganhe mais recursos”, comentou.
Outra medida apontada para a melhoria do serviço no SUS foi a educação dos profissionais. O diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, Tarcizo Afonso Nunes, destacou o papel do Nescon neste âmbito. “A Faculdade tem que formar pessoas para a Atenção Primária e o Núcleo é um importante canal de ligação entre a universidade e os serviços públicos de saúde”, disse.
Novos sites
O encontro contou ainda com uma demonstração do novo site do Nescon, com lançamento previsto para o dia 2 de outubro. “Com mudanças no layout e navegabilidade, o portal vai garantir, por exemplo, acesso mais rápido aos cursos e notícias”, explicou o coordenador da Assessoria de Comunicação Social da Faculdade, Gilberto Boaventura.
Outra novidade será o lançamento do portal Cursos Nescon, substituindo o antigo site do Ágora. O respectivo programa também recebeu um novo nome: UNA-SUS/UFMG. “Há sete anos a UFMG é integrante da rede Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), capacitando os profissionais de saúde”, contou o vice-coordenador do Núcleo, Edison José Corrêa. “Aderimos UNA-SUS/UFMG como uma forma de reafirmação da nossa participação neste projeto. Mas como o programa Ágora abrangia cursos que vão além do Sistema, optamos pelo nome Cursos Nescon para o portal”, continuou.
Também estiveram presentes no encontro o coordenador do Nescon, Francisco Campos, e o vice-diretor da Faculdade, Humberto Alves.
