A partir de um olhar artístico, Faculdade de Medicina apresenta exposição sobre amamentação

Publicado em Agenda, Notícias - 29 de julho de 2016

Exposição “Amamentação, esboço da vida: uma visão artística do aleitamento materno” é aberta ao público
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Em comemoração à Semana Nacional da Amamentação, celebrada entre os dias 1 e 7 de agosto, a Faculdade de Medicina da UFMG realiza a exposição “Amamentação, esboço da vida: uma visão artística do aleitamento materno”, no hall de entrada e no corredor do Centro de Memória (Cememor).

Com esculturas que captam o aleitamento sob o ponto de vista de diversas culturas e imagens que recuperam a história da amamentação através da arte, a exposição estará disponível até 12 de agosto e é aberta ao público.

As peças foram escolhidas e organizadas pelos professores do Departamento de Pediatria da Instituição, Edison Corrêa e Maria Albertina Santiago Rego. Para a professora, a exposição evidencia um ato essencial para a saúde de mães e filhos. “Esse é um assunto que deve ser constantemente lembrado. A amamentação é uma estratégia natural de vínculo, nutrição e proteção para a criança. Constitui-se na forma mais efetiva de intervenção na redução da morbimortalidade neonatal e na infância e produz um grande impacto na promoção da saúde integral do bebê”, destaca.

O evento é uma parceria entre o Departamento de Pediatria, Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon), Cememor e a Assessoria de Comunicação Social da Faculdade.

Esculturas

A exposição conta com um acervo de 37 esculturas reunidas pelo professor e, também, diretor do Nescon, Edison Corrêa. “Há algum tempo atrás, ganhei uma estatueta do Vale do Jequitinhonha – MG, que representava uma mulher amamentando. Desde então, sempre que viajava, procurava peças e comprava ou ganhava de alguém. Com isso, acabei montando um acervo”, conta.

Segundo o professor, as peças mostram a representação do aleitamento em diversas culturas. “Tenho um carinho especial pelas bonecas do Jequitinhonha, são as que eu mais gosto. Elas têm várias representações e, na maioria, são feitas por artistas locais”, afirma. “A arte não é uma coisa que deve ser explicada, então o nosso desafio é ver o que as pessoas vão sentir quando se depararem com as esculturas”, continua.

Corrêa destaca que, além das peças adquiridas no Vale, o acervo tem esculturas de todo o Brasil e de outros países. “A peça que comprei em Portugal, na verdade, tinha sido feita na África. Eu a achei em uma livraria na cidade do Porto e a vendedora explicou que da África ela foi para a Holanda antes de ir pra lá”, explica. “Agora, ela veio para o Brasil. Então é uma peça que deu a volta ao mundo”, completa.

O acervo foi doado ao Departamento de Pediatria, onde ficará em exibição permanente após a mostra.

Imagens                                                        

A segunda parte da exposição conta com imagens de 24 obras de arte organizadas pela professora Maria Albertina Santiago Rego. Elas serão projetadas em um prisma no hall de entrada e nos monitores do Cememor. O objetivo é destacar a amamentação como tema na obra de grandes pintores.

“As imagens são, em geral, pinturas que representam a amamentação desde a antiguidade até a idade moderna. A maioria é do período da Renascença”, expõe. “A representação artística varia de acordo com o estilo do pintor e os períodos da história da arte, retratando os costumes e a importância da criança e da mulher, no contexto familiar e social”.

De acordo com a professora Maria Albertina, a intenção é que as imagens sensibilizem o público para a beleza e a naturalidade do aleitamento. “Queremos sensibilizar as pessoas e, principalmente, os alunos da graduação a trabalhar com a arte na amamentação, mudando um pouco a cultura do aprendizado”, pontua. “Não queremos dar um olhar técnico, mas sim um olhar de sensibilidade para tentar entender a amamentação no período atual, lembrando que ela sempre foi representada em várias manifestações da arte”.

Entre as obras que serão expostas, ela destaca “A origem da Via Láctea”, de Peter Paul Rubens, pintor do Barroco. A obra se refere à mitologia grega, a qual conta que gotas de leite da deusa Hera, ao amamentar Hercules, são transformadas por Zeus, seu pai, na Via Láctea.

“A origem da via Láctea” – Rubens (1557 – 1640)