Equipe do Programa Ágora recebe dirigentes do MEC e Ministério Público

Apresentar ao Ministério da Educação e ao Ministério Público do Trabalho como os cursos de qualificação oferecidos por meio da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) funcionam, bem como têm contribuído para a melhoria dos serviços de saúde no país. Esse foi o objetivo da Reunião Ofertas Educacionais para o Projeto Mais Médicos, realizada hoje nas dependências do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon/UFMG).

O encontro reuniu membros do Nescon/ da Faculdade de Medicina da UFMG; o Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Paulo Speller; integrantes da UNA-SUS, bem como autoridades ligadas ao Ministério Público do Trabalho. Marcaram presença ainda representantes de 5, das 16 universidades que compõem a rede UNA-SUS.

O evento foi aberto pelo diretor do Nescon e secretário executivo da UNA-SUS Francisco Campos. Em sua fala, Campos destacou a importância dos cursos de capacitação em Saúde da Família e áreas afins não apenas na preparação dos médicos para atuação na Atenção Primária, como também para a valorização da figura do médico de família.

“A especialização em Saúde da Família confere aos médicos dignidade profissional. Sabemos que um dos motivos que tornam a Atenção Primária tão pouco atrativa hoje é o fato de ainda ser vista como ‘coisa de segunda’, de profissional que não teve competência para se especializar ou passar na residência. Nós contribuímos para mudar essa realidade na medida em que oferecemos ao médico uma formação de alta qualidade e damos a ele um certificado emitido pela UFMG, UERJ, entre tantas outras universidades de referência”, frisou.

O diretor do Nescon ressaltou ainda como o fato de todas as capacitações articuladas pela UNA-SUS serem ofertadas a distância, em larga escala, reduzem com maior eficiência o déficit de qualificação profissional do SUS. “Se apostássemos apenas em caminhos tradicionais como a residência, não faríamos nem cócegas na demanda por formação de profissionais para a Atenção Primária. Há cerca de 100 mil trabalhadores atuando nos serviços de saúde e que precisam de formação. Não adianta oferecer 30 vagas aqui, 50 ali. A conversa tem que começar a partir de mil vagas- e foi o que fizemos oferecendo os cursos na modalidade a distância”, pontuou.

Experiências

Após a fala de Campos, foi a vez de cada uma das universidades presentes mostrar um pouco de sua experiência na capacitação dos profissionais do Mais Médicos. O pesquisador do Nescon Raphael Aguiar representou a UFMG – responsável pela articulação do Curso de Especialização Estratégia Saúde da Família (CEESF). “Já ofertamos 4405 vagas, formamos 1295 profissionais e temos outros 639 em curso. Além disso, somos os pioneiros da UNA-SUS, a primeira universidade convidada a integrá-la porque já tínhamos uma certa expertise em educação a distância em saúde”, relatou.

Algumas exposições se destacaram por revelar como são peculiares as realidades em que os participantes do Mais Médicos por vezes têm que atuar – e como é importante prepará-los para enfrentá-las. Foi o caso da apresentação da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, representada pela professora Alessandra Dahmer.

“Eu nunca tinha ouvido falar em escalpelamento. Essa é uma realidade muito distante de mim, que sou do sul do Brasil, mas um dos nossos alunos que atua no norte acabou nos trazendo esse caso. Ele tinha um problema – que acabou virando seu trabalho de conclusão de curso – que era como tratar o couro cabeludo de mulheres escalpeladas por terem os cabelos puxados por motores de barco, transporte muito comum naquela região. Enfim, junto com seus orientadores e tutores, o médico problematizou sua questão e desenvolveu para ela uma solução, que hoje norteia não apenas seu trabalho, como o dos seus colegas do serviço de saúde, revelou Dahmer.

Esclarecimentos

Ao final das explanações, o Secretário de Educação Superior, Paulo Speller, e convidados do Ministério Público do Trabalho puderam fazer perguntas e esclarecer dúvidas. “Agradecemos as informações de tão alta qualidade que nos deram aqui hoje. Essa nossa visita foi muito importante não apenas para acompanharmos de perto a formação dos profissionais do Mais Médicos, como para reafirmarmos nosso compromisso com a educação permanente dos profissionais que atuam nos serviços de saúde – e consequentemente com a melhoria deles”, refletiu o Speller.

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