105 anos: por Edison Corrêa

Publicado em Notícias, Pessoas - 24 de Fevereiro de 2016

Edison contou pontos marcantes da sua trajetória ao longo dos 53 anos na Faculdade

No próximo dia 5 de março, a Faculdade de Medicina da UFMG comemora 105 anos de existência. Todos os alunos, professores, técnico-administrativos e colaboradores fazem parte dessa história. Por isso, alguns representantes desses setores foram convidados a dar depoimentos e contar um pouco sobre suas experiências na Faculdade e as perspectivas para o futuro.

O diretor Edison José Corrêa (1994-1998) contou sua trajetória ao longo dos 53 anos em que faz parte da Instituição. Graduado em Medicina pela Faculdade em 1968, foi contratado como professor auxiliar do Departamento de Pediatria (PED) no ano de 1971. Após o mandato na direção, foi convidado a assumir o cargo de pró-reitor de extensão da UFMG, no qual permaneceu até 2006. Atualmente é o vice-coordenador do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon) e atua em projetos junto ao PED.

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Professor Edison José Corrêa foi diretor da Faculdade entre os anos 1994 e 1998

“Já são 47 anos de profissão na Faculdade e mais seis como aluno. Isso é mais que uma vida. Muitas mudanças aconteceram nesse período. Quando eu entrei aqui, por exemplo, não se trabalhava muito a questão da prevenção de doenças, porque a vacinação ainda era um privilégio de alguns. A universalização foi um dos muitos desafios que enfrentamos.

Acredito que uma das minhas maiores contribuições aqui dentro foi para a informatização da Faculdade, porque, até então, não se tinha muitos recursos. Os computadores eram muito velhos e algumas pessoas tinham até medo de usá-los. Nós instalamos uma subestação da Cemig, porque a luz caia muito e aos poucos fomos modernizando outros equipamentos. Esse processo contribuiu para o fortalecimento do Internato Rural.

A minha época também foi marcada pela consolidação de órgãos como o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) e também do Nescon, que acelerou a formação de recursos humanos em saúde. Hoje, existem diversos programas do governo para capacitação e trabalho em áreas periféricas. Desses, 1400 alunos, em média, fazem esse tipo de especialização aqui.

A Faculdade sempre lançou grandes nomes, tanto na pesquisa, como no atendimento clínico, por isso acho que temos sido muito importantes para a sociedade. Atualmente, a inserção da população é muito maior, já que antes o acesso ao ensino médico era para uma parcela limitada da população. Como um todo, nós contribuímos muito para essa democratização, bem como para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto uma das experiências mais exitosas em saúde pública.

Hoje eu vejo a Faculdade de Medicina como uma instituição moderna e com uma grande relevância para todo o país. Ela enfrenta um desafio que é o de assumir a entrada do dobro de alunos que na época em que fui estudante, tanto na graduação, quanto na pós, além da aproximação com os cursos mais novos como a nutrição e fisioterapia.

Eu espero que a Universidade mantenha essa intenção de impactar com o que faz, tanto na sociedade, como na vida dos alunos. Porque o aluno, ao sair daqui, tem que ter orgulho de falar que estudou na UFMG e sentir que ele pode continuar estudando, fazer uma pós ou mesmo virar docente aqui. Além disso, à medida que a gente trabalha com a sociedade para melhorar a qualidade de vida, isso reverte também numa dinâmica interna, de se fazer uma faculdade cada vez mais moderna e atuante. Então, a meta é essa: chamar as pessoas pra acompanhar essa nossa mudança.”

Selo comemorativo

SELO_105_FACULDADE_MEDICINA1Para marcar os 105 anos da Faculdade de Medicina da UFMG, um selo comemorativo foi desenvolvido pela Assessoria de Comunicação Social (ACS) da Instituição para ser utilizado em suas peças gráficas de eventos. O manual de aplicação está disponível através do site ACS da Faculdade (CLIQUE AQUI). Os interessados também podem baixar a imagem como fundo de tela para o computador.

 

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