Na última segunda-feira (02), os professores Edison José Corrêa e Antônio Carlos Vieira Cabral foram condecorados Eméritos da UFMG, titulação conferida a profissionais que possuem contribuição marcante para a universidade.
A cerimônia contou com a presença da reitora da UFMG Sandra Regina Goulart, da diretora da Faculdade de Medicina, Alamanda Kfoury Pereira, da vice-diretora, Cristina Alvim, além da família, amigos, professores, alunos e servidores de diversas unidades.
Para a reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, a instituição se orgulha de outorgar os títulos para os professores. “Eles têm em comum o fazer público em nome do nosso estado, dos nossos cidadãos. Esse título transborda os limites de uma faculdade específica. Agora, são eméritos de toda a UFMG, já que afetaram com seus atos a escrita da história dessa casa”, afirmou.
A ex-reitora Ana Lúcia Gazzola proferiu o discurso sobre o professor Edison Corrêa. “Aprendi com ele que a vinculação com a sociedade deve ser o eixo de toda a ação da universidade. Edison é daquelas raras pessoas que as ações são orientadas por convicções. Prática e teoria se articulam, uma não existe sem a outra. Lembro de sua enorme capacidade de agregação de pessoas”, destacou.
Edison, por sua vez, disse que a nomeação para emérito foi uma das notícias mais fortes que recebeu na vida. “Estou muito honrado por ver aqui docentes, profissionais, familiares, clínicos e amigos, por vivências e convivências. Foram 57 anos de trabalho no magistério e na clínica”, pontuou. Ele lembrou a prisão no DOPS durante a ditadura militar e resumiu sua carreira em três palavras: humildade, emoção e gratidão.
Edison Corrêa: uma trajetória marcante na Faculdade de Medicina da UFMG
Foi em 1964 que Edison José Corrêa entrou na Faculdade de Medicina, em 7º lugar, em um grupo de 150 pessoas, por meio de um curso pré-médico, que marcou a sua vida, após tentar o vestibular em 1963 e não ser aprovado.
Graduado em Medicina em 1968, completou a residência médica em pediatria em 1969/1970. Logo que finalizou foi contratado como professor auxiliar do Departamento de Pediatria (PED) no ano de 1971, no qual esteve na obstetrícia, neonatologia e perinatologia. Para ele, seu percurso como professor no Departamento de Pediatria foi uma experiência marcante, por sempre ter trabalhado em grupo com muita facilidade.
“Eu nunca trabalhei sozinho, o pessoal falava que eu era até um mediador de conflitos, porque qualquer confusão eles me chamavam para tentar resolver os conflitos. Um dos primeiros trabalhos de campo que eu tive em grupo foi em Bocaiúva, junto a um outro professor do departamento e mais dois alunos da época”.
Edison Corrêa
Após se tornar professor da Pediatria, Edison virou representante do Departamento no Colegiado de Curso, logo em seguida virou coordenador do colegiado do curso de Medicina e coordenador da pediatria.
Na foto estão a diretora da Faculdade de Medicina da UFMG, Alamanda Kfoury, o professor Emérito, Edison Corrêa e a reitora da UFMG, Sandra Goulart. Foto: CCS / Faculdade de Medicina da UFMG
Em 1994 foi eleito diretor da Faculdade de Medicina, onde se manteve até 1998. Como diretor, Edison conta que em seu mandato trabalhou na informatização da faculdade, no qual foi dado a universidade mais recursos. Ele conta que os computadores disponíveis não eram muitos, e os que tinham eram muito velhos, e aos poucos foram modernizando os equipamentos.
Após o mandato na direção, foi convidado a assumir o cargo de pró-reitor de extensão da UFMG, no qual permaneceu de 1998 a 2006. Além disso, foi presidente do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras de 2003 e 2005. Atuou como vice-diretor do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon), no qual hoje é assistente.
Além disso, foi um dos protagonistas na criação da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), iniciativa que visa qualificar profissionais de saúde em todo o país.
Pai de cinco filhos e avô de cinco netos, o professor Edison Corrêa agradece emocionado o título de professor emérito, principalmente após sua caminhada de mais de 50 anos na Faculdade de Medicina da UFMG.
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Com Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG