ÁGORA - ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Faculdade de Medicina da UFMG

:. Impressão de registro(s) da base de dados .:


002703

Referência:
PERPÉTUO, Ignez Helena Oliva. A categoria profissional dos médicos: fatores condicionantes de sua atração e fixação na atenção primária à saúde em Minas Gerais. Belo Horizonte: Observatório de Recursos Humanos em Saúde, 96p., 2009.
   
   (Série Publicações do Observatório)


Outro(s) Autor(es):
OLIVEIRA, Alessandra Coelho de; RIBEIRO, Miriam Martins; RODRIGUES, Raquel Braga

Colaborador(es):
--- não informado ---

Descritor(es):
Recursos humanos em saúde; Saúde pública; Atenção primária à saúde; Programa Saúde da Família

Termo(s) livre(s):
--- não informado ---

Resumo:
Esta pesquisa buscou caracterizar os condicionantes da atração e retenção dos profissionais médicos que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) no estado de Minas Gerais, considerando aspectos profissionais e organizacionais, atributos e expectativas pessoais. Os dados foram coletados a partir de um inquérito amostral com médicos da Estratégia Saúde da Família (ESF) e da Atenção Primária Convencional representativo para o estado e de um levantamento qualitativo, por meio de grupos focais. Os resultados apontam que o médico que atua na ESF se diferencia daquele que atua na Atenção Primária Convencional por ser mais jovem, por revelar menor proporção do estado civil "casado" e por ter perfil de formação distinto. Distingue também pela carga horária trabalhada e pela forma de contratação. Cerca de 17% dos profissionais não pretendem continuar trabalhando na ESF do município atual e 53% já haviam atuado na ESF de outro município. Os médicos com pós-graduação em Clínicas Básicas e Saúde da Família ou Medicina de Família e Comunidade, concursados, com origem no mesmo tipo de município onde trabalham atualmente, que possuem algum tipo de vínculo com a macrorregião de trabalho e que têm família constituída foram os que apresentaram maior retenção na ESF do município de trabalho. Questões ligadas à gestão de recursos humanos - contrato sem garantias trabalhistas, falta de perspectiva de carreira, remuneração insatisfatória e problemas no relacionamento com a gerência - foram apontados por 22% dos profissionais como motivo de sua intenção de sair da ESF.A mudança entre municípios foi, em grande parte (42%), atribuída a problemas com a gestão municipal, dentre os quais se destacam a mudança política e a discordância quanto à forma de condução da Atenção Primária. A chamada "competição predatória" entre municípios também foi um fator importante, motivando a mudança de 17% dos profissionais atraídos para outro município pela oferta de melhor remuneração ou pela flexibilização da carga horária. "Forma de gestão de RH" foi o aspecto mais citado que os médicos alterariam na ESF e o segundo mais valorizado no projeto de carreira profissional. A pesquisa ressalta quanto o componente da gestão influencia a (não) retenção dos médicos na ESF, identificando, assim, importantes focos de ação para as políticas públicas de gestão dos recursos humanos na saúde.

[Nova Pesquisa]