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Dinâmica da instituicionalização de idosos em Belo Horizonte, Brasil
Tipo:
Artigo
Referência:
CHAIMOWICZ, Flavio; GRECO, Dirceu B . Dinâmica da instituicionalização de idosos em Belo Horizonte, Brasil. REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA. São Paulo, v. 33, n. 5, p.454-460, 1999.

(Saúde do idoso - Texto complementar)
Descritor(es):
Informações Pedagógicas:
(Saúde do idoso - Texto complementar)
Resumo:
O processo de envelhecimento populacional brasileiro tem sido acompanhado por transformacoes epidemiologicas e sociais que, em outros paises, aumentaram a demanda por instituicoes de longa permanencia. Nesse sentido, desenvolveu-se estudo sobre dinamica da institucionalizacao de idosos atraves da analise da oferta de leitos e caracteristicas demograficas dos residentes em asilos. Foi realizado levantamento dos asilos de idosos do Municipio de Belo Horizonte, MG. Foram registrados datas de nascimento e admissao de 1.128 residentes de 33 dos 40 asilos em funcionamento no municipio. A lotacao foi calculada atraves da capacidade informada e da taxa de institucionalizacao, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios (PNAD). As taxas de institucionalizacao de idosos (65+) do municipio foram (0,9 percentual) mulheres e (0,3 percentual) homens. A lotacao mediana dos asilos era de (92 percentual). Dentre os 1.128 residentes arrolados (92,5 percentual do total), as mulheres (81 percentual) apresentavam maiores medidas medias de idade (76,4 x 70,4 anos; p = 0,00) e estada (5,6 x 4,5 anos; p = 0,00). Elevada lotacao, listas de espera nos asilos filantropicos (85 percentual do total) e rigidos criterios para admissao (metade recusava idosos demenciados ou dependentes) sugerem que a baixa taxa de institucionalizacao se deve a escassez de vagas. A predominancia de idosas reflete a prevalencia de viuvas ou separadas na comunidade ( 66 percentual contra 76 percentual de homens casodos). A proporcao de homens adultos (31 percentual 65 anos) sugere dificuldade de se auto-sustentarem apos a viuvez. Elevada taxa de mortalidade (24 percentual durante 20 meses de acompanhamento de amostra aleatoria de 263 residentes), incompativel com o rigor dos criterios de admissao, determina a baixa mediana de estada (3 anos). Os dados refletem o anacronismo de um sistema nao direcionado a manutencao dos idosos em seus proprios domicilios.