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Detecção de doenças sexualmente transmissíveis em clínica de planejamento familiar da rede pública no Brasil
Tipo:
Artigo
Referência:
CODES, Jose Santiago de et al. Detecção de doenças sexualmente transmissíveis em clínica de planejamento familiar da rede pública no Brasil. REVISTA BRASILEIRA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p.101-106, 2002.
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Resumo:
Objetivo: analisar a prevalencia da gonorreia, infeccao por clamidia, sifilis e infeccao por HIV entre as mulheres de uma clinica de planejamento familiar em juncao da presenca de sintomas de DST e de comportamentos de risco. Metodos: mulheres com as idades entre 18 e 30 anos que frequentavam os servicos de uma clinica de planejamento familiar da rede publica no Brasil foram testadas para a gonorreia e infeccao por clamidia, com o uso do teste de amplificacao do DNA na urina, para a sifilis e a infeccao por HIV por meio de exames de sangue. Foram feitas a todoas as participantes perguntas sobre comportamento de demanda de servicos de saude, a presenca de sintomas de DST e comportamentos de risco para as doencas sexualmente transmissiveis. Resultados: a infeccao por clamidia foi encontrada em 11,4%, a sifilis em 2%, a gonorreia em 0,5% e a infeccao por HIV em 3%. Aproximadamente 60% das mulheres que estavam infectadas por clamidia nao apresentavam sintomas. Mulheres que nunca usavam preservativos apresentaram um ricos de DST muito alto do que aquelas que sempre ou na maioria das vezes usavam preservativos. Houve tendencia para as mulheres que nunca haviam feito uso de qualquer metodo anticoncepcional de apresentar risco mais alto para as DST do que as mulheres que usavam um metodo anticoncepcional (p=0,09). Muito poucas mulheres reportaram problemas com o uso de alcool ou de drogas ilegais, mas entre aquelas que reporataram tal uso, o risco de DST foi muito alto, particularmente para o uso de maconha. Conclusoes: os achados mais significativos foram as altas taxas de doencas numa populacao de mulheres que reportaram de modo geral comportamentos de baixo risco de saude. Com base nos nossos achados e essencial que se ofereca o restramento de DST/HIV a todas as mulheres com menos de30 anos que visitam uma clinica de planejamento familiar. Se nao se fizer esse rastreamento mais da metade das mulheres infectadas nao serao identificadas ou tratadas. Considerando-se a alta sensibilidade e especificidade da nova tecnologia disponivel para o rastreamento da infeccao por clamidia, gnorreia e infeccao por HIV, e a facilidade de se coletarem especimes de urina para o diagnositico, mais esforcos devem ser dirigidos para a vigilancia das populacoes de risco, para que a pratica clinica corrente possa refletir o risco verdadeiro das populacoes servidas.