Representantes de todos os países membros da Organização Mundial de Saúde (OMS), que atualmente somam 193 delegações, se reúnem no Palácio das Nações, em Genebra, até amanhã na 61ª Assembléia Mundial de Saúde.
Entre os temas abordados no evento, um dos principais encontros mundiais promovidos pela OMS, uma reunião técnica discutiu a revitalização da atenção básica em saúde. Representando o Brasil no debate o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (Sgtes/MS), Francisco Campos, coordenador licenciado do Nescon, relatou experiências bem sucedidas do SUS, ressaltando avanços nos 15 anos de implantação da Estratégia de Saúde da Família. Segundo Campos, apesar das dificuldades o SUS tem demonstrado avanços concretos, em especial na atenção básica, com destaque para a estratégia de Saúde da Família. “Com essa estratégia , que já atinge 90 milhões de pessoas, nós temos alcançado redução da mortalidade infantil, expansão da cobertura vacinal em quase 90%, ampliação da cobertura pré-natal em 72%, garantia de coquetel antiretroviral para gestantes, além dos avanços do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)”, ressaltou o Secretário.
Campos acrescentou ainda que o Brasil é hoje o segundo país no mundo em número de transplantes, perdendo apenas para os Estados Unidos com o diferencial de que o sistema público (SUS) arca com todos os custos nas cirurgias de doação e transplantes. “Nas políticas de saúde do Brasil, a atenção básica não é um programa paralelo ao SUS, nem tampouco uma cesta básica para os pobres”, afirmou o Secretário.
Também participaram da reunião a representante da Índia Mirai Chatterjee (Self-Employed Women’s Association, India, and a member of the Commission of Social Determinants of Health) que debateu as políticas de saúde para o desenvolvimento econômico e social e o representante do Ministério da Saúde da Tailândia, que refletiu sobe os marcos conceituais em saúde na Atenção Primária.
A reunião técnica contou ainda com palestra do Dr Hadfan Mahler, que abordou a saúde não apenas sob o ponto de vista da ausência de doenças, mas da perspectiva de promoção, prevenção, ampliação da equidade e da justiça social e diminuição das desigualdades para funcionamento pleno de todo o sistema de saúde.
Na assembléia, entre os assuntos abordados destaque para saúde pública, inovação e propriedade intelectual; estratégias para reduzir o uso nocivo de álcool; prevenção e controle de enfermidades transmissíveis; mudanças climáticas e a saúde; e preparação para uma pandemia de gripe.
O ministro da saúde José Gomes Temporão também participou do evento. Em seu discurso, ele ressaltou a boa atuação do governo brasileiro no alcance das metas do milênio para a saúde e argumentou que o Brasil tem cumprido uma importante agenda denominada do eixo SUL-SUL (países em desenvolvimento do hemisfério sul), com países da América Latina e África.
Assembléia Mundial da Saúde
É o órgão decisório supremo da OMS, cuja principal função consiste na definição das políticas da organização. A Assembléia nomeia o diretor-geral, supervisiona as políticas financeiras e examina e aprova a proposta de orçamento. Analisa ainda os relatórios do Conselho Executivo e dá orientações em matérias que possam requerer a adoção de medidas, estudos, investigações ou relatórios. Anualmente, em maio, Genebra acolhe delegações dos 193 países-membros para o encontro.
O palestrante da 61ª Assembléia Mundial de Saúde, dr. Hadfan Mahler, presidiu a OMS por três mandatos consecutivos de cinco anos (1973, 1978, 1983). Um dos eventos marcantes da sua gestão foi a realização da Conferência de Alma-Ata, em 1978, no Cazaquistão. Foi de Mahler, o conceito que atribui à assistência ao desenvolvimento a missão de garantir “saúde para todos”. É dele também a afirmação de que “a maioria das escolas de medicina no mundo não prepara médicos para cuidar da saúde das pessoas, mas, para cuidar de uma prática”.
Para saber mais, consulte: OMS – http://www.who.int/
Comunicação Nescon
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